quinta-feira, 25 de junho de 2009

Importante...


Vacina contra HPV


O HPV já lidera o ranking das doenças sexualmente transmissíveis. E a vacina contra o vírus surge como proteção para as mulheres que ainda não foram contaminadas.


Pouca gente sabe, mas o HPV, cujo nome científico é Papiloma Vírus Humano, já lidera o ranking das doenças sexualmente transmissíveis. O vírus pode ser considerado um inimigo sorrateiro, pois age silenciosamente, dificultando seu diagnóstico. Estima-se que 15% das mulheres brasileiras entre 18 e 60 anos estejam infectadas por ele. A incidência sobe para quase 40% quando se trata da faixa de 16 a 24 anos. Alarmante, não? Até então, o uso de preservativo era a única forma de prevenção da doença, que passa a ser combatida por meio de vacinação.
A vacina contra o papiloma vírus, que estará à disposição em clínicas particulares no primeiro semestre do ano que vem, previne mulheres que nunca foram infectadas de quatro tipos de HPV: 16, 18, 6 e 11. Os dois primeiros estão relacionados ao desenvolvimento do câncer de colo do útero - a maior preocupação dos médicos –, e foram encontrados em 94% dos casos. A doença é a terceira que mais mata mulheres no Brasil. A vacina foi desenvolvida principalmente para adolescentes que ainda não iniciaram a vida sexual e será aplicada em três doses, em um espaço de seis meses. É cara: não deve custar menos de R$ 1 mil a dose.
Trata-se de um grande avanço sim, porque vai possibilitar o surgimento de várias pesquisas sobre o assunto. No entanto, está longe de ser uma solução para o problema. "É mentira dizer que quem tomar a vacina estará segura. É um grande marco na medicina, mas ainda não é possível avaliar a dimensão da descoberta", afirma a ginecologista Cintia Parellada, da USP (Universidade de São Paulo), membro da sociedade brasileira de Genitoscopia. A razão é lógica. A vacina evita basicamente a infecção por dois tipos de vírus cancerígenos, só que existem 13 subtipos oncogênicos e mais 38 que causam outras alterações nos órgãos genitais, como verrugas bem chatas de se tratar – o tratamento é dolorido e prolongado à base de cauterizações – processos que queimam a pele na região. Mas já existem cirurgias de alta freqüência que prejudicam menos o tecido do colo útero – Entretanto, a chance de reincidência é enorme. "Em seis meses elas costumam voltar", diz a médica.
Para a vacina funcionar, também é preciso nunca ter entrado em contato com o papiloma. E cerca de 75% das pessoas já tiveram contato com o vírus, entre homens e mulheres. O HPV é fácil de pegar, e difícil de tratar. A transmissão acontece por meio da pele, no simples contato com a região infectada e por meio de microcortes – comuns em qualquer relação sexual. E o pior: não precisa de penetração, o que torna a camisinha inútil para evitar o contágio. "O problema do HPV é que ele não se instala apenas internamente. Ele pode estar na virilha, nas coxas, ao redor da região genital", informa Cintia. Portanto, isso significa que, no amasso, é bem possível de pegar. Outra forma de se adquirir, apesar de ser bem rara, é no contato com toalhas, sabonetes e outros objetos de uso pessoal.
As lesões muitas vezes são invisíveis a olho nu, o que leva as pessoas acreditarem que tudo está em ordem. Por isso é importante realizar o papanicolau e uma colposcopia ao menos uma vez por ano. O papanicolau detecta, em 80% dos casos, alterações celulares, que podem se transformar em câncer. A colposcopia é um exame indolor que utiliza um microscópio potente e permite ao médico visualizar se existe alguma coisa errada no colo do útero. A captura híbrida, um procedimento mais sofisticado, analisa se o HPV está presente no organismo, e em qual quantidade, identificando o DNA dele nas células.
É importante saber que ter contato com o vírus não significa que você irá desenvolver alguma doença e nem transmitir. Muitas pessoas são portadoras, o que os médicos chamam de infecção latente, e, nesse caso, não passam o HPV. Ficar livre dele é uma questão de tempo. Pessoas saudáveis, com o sistema imunológico em dia, costumam eliminar o HPV espontaneamente, sem necessidade de tratamento. "Apenas 1% das pessoas irão desenvolver câncer em cerca de 5 ou 10 anos depois do contágio, outras, uma infecção transitória que dura cerca de um ano e meio", diz Cintia.
Se por acaso o papanicolau registrar alguma alteração, também não se desespere. A colposcopia normal indica que o corpo deve atacar o HPV sozinho. Se houver lesões em estágios iniciais, o que acontece na maioria dos casos de mulheres que realizam exames periodicamente, a cura é de 100%. Até dois anos depois do tratamento, é normal que exames detectem a presença do vírus, mas isso não significa que a infecção não foi combatida. O importante é não dar bobeira: percebeu um corrimento diferente, um ardor, ou qualquer sintoma diferente, procure um médico.


( Fonte: Site Bolsademulher )

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